Uma idosa morreu afogada dentro da própria casa ontem em meio a mais uma tarde de chuva e caos na Grande São Paulo. A mais recente vítima dos temporais que castigam Estados da Região Sudeste morava no Jardim Zaíra, em Mauá, no Grande ABC, onde várias pessoas já morreram este ano. A dona de casa Antônia Avelaneda Grande não conseguiu deixar a residência antes que a água invadisse o local.
A tempestade no fim da tarde de ontem atingiu principalmente municípios do ABC Paulista. Em Santo André, o rio Tamanduateí transbordou e cobriu as pistas da Avenida dos Estados. Passageiros de um ônibus viveram momentos de pânico, e motoristas de dois veículos tiveram de ser resgatados com a ajuda do helicóptero Águia da Polícia Militar (PM). No centro do município, a Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo ficou completamente inundada e muitos carros foram arrastados pela enxurrada.
Em São Bernardo do Campo, as principais vias da região central mais uma vez desapareceram e até o paço municipal foi inundado. Moradores e comerciantes de São Caetano do Sul também sofreram com a chuva forte, que inundou ruas e derrubou árvores, prejudicando o trânsito em uma das principais vias da cidade. As pistas centrais da Rodovia Anchieta foram fechadas preventivamente devido ao risco de transbordamento do Ribeirão dos Couros.
Houve queda de energia e problemas com a rede de telefonia em bairros de todos os municípios. Quem dependia de transporte público também enfrentou dificuldades. Além das ruas inundadas, que impediam o trânsito de ônibus, trens da Linha 10 – Turquesa, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deixaram de circular entre São Caetano e Mauá, um trecho que inclui outras quatro estações.
A empresa acionou ônibus gratuitos do plano de emergência para cobrir o percurso. A normalização do tráfego de trens só ocorreu no fim da noite. Na capital paulista, o transbordamento do Tamanduateí também atingiu a Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo e o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) colocou a Vila Prudente em estado de alerta.
Foram registrados 16 pontos de alagamento, cinco deles intransitáveis, um dos quais permaneceu até a madrugada, na Praça Alfredo Gomes com Rua Floriano Peixoto Santos, no Butantã. O Aeroporto de Congonhas, na zona sul, chegou a ser fechado por 15 minutos para operações de pouso e decolagem. E em Sapopemba, na zona leste, cerca de trezentas pessoas fizeram uma manifestação, ateando fogo em um ônibus, em protesto contra os constantes alagamentos na região.
Fonte: Agência Estado