Os viadutos em construção no bairro Capuava, divisa da cidade de Santo André e Mauá, serão concluídos nos próximos 15 dias, informa a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.). Os elevados farão a ligação da Avenida Jacu-Pêssego com a Avenida dos Estados. O investimento é de R$ 624 milhões.
A construção teve início em junho, mas a novela do projeto já dura 21 anos. Fundamental para desatar o nó viário na área, o item esteve várias vezes em pauta no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Até mesmo o ministro dos Transportes em 2005, Alfredo Nascimento, prometeu ao prefeito interino de Mauá à época, Diniz Lopes, construir o elevado, que custaria R$ 12 milhões.
Segundo a empresa, as obras estão em fase final de acabamento e iluminação. As pistas já têm sinalização de solo e vertical. Ainda não foi divulgada a data da inauguração, pois dependerá da agenda do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mesmo com bloqueios, pedestres e motociclistas passam pelo local.
O complexo é dividido em três partes. A primeira representa reivindicação antiga dos moradores da região, pois o viaduto na Avenida Manoel da Nóbrega irá transpor a linha do trem, eliminando a espera de quase cinco minutos pela passagem da composição.
O elevado também terá saída para a Avenida Rosa Kasinski, que desembocará no trevo que dá acesso às avenidas Papa João XXIII e Jacu-Pêssego. O equipamento possui passagem para pedestres.
A segunda parte é a ponte que ligará a Comendador Wolthers com a pista sentido São Caetano da Avenida dos Estados. O elevado tem duas faixas de rolamento, mas não disponibiliza caminho para quem está a pé. Com a passagem, não será mais preciso esperar a abertura do semáforo para cruzar a via em nível.
A cerca de 600 metros, pontilhão servirá de retorno para que o motorista que está na Avenida do Estado sentido São Caetano possa voltar sentido Avenida Presidente Arthur da Costa e Silva.
A pista gerou polêmica em dezembro do ano passado entre a Dersa e a Prefeitura de Santo André, que chegou a embargar a obra. O motivo, segundo a administração, era o fato de que, após a alteração, o projeto não previa a construção do retorno. No modelo antigo, a volta ao sentido contrário seria feita com a inversão do pontilhão em frente à Avenida Ayrton Senna. Na época, o diretor de Trânsito do município, Adriano Roberto Silva, afirmou que a alteração provocaria congestionamentos e aumentaria o risco de colisões.
A obra foi liberada em março, quando o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) disponibilizou R$ 5 milhões para construir o retorno.
TRAVESSIA
Com o viaduto ao lado da Estação Capuava da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), pedestres não precisarão mais se arriscar ao atravessar a linha férrea. No dia 7, um homem morreu atingido por uma composição. O acidente não intimidou a população, que cruza os trilhos mesmo com a cancela fechada.
Fonte: Diário do Grande ABC