O governo do Estado deu ontem demonstração de que ainda está disposto a iniciar a construção de escola no Jardim Paranavaí, em guia da cidade Mauá. Em 2005, área de 4.548 metros quadrados localizada na Rua Andirá foi doada pela Prefeitura ao Palácio dos Bandeirantes, que se comprometeu a iniciar a obra em até dois anos, conforme o previsto na Lei Municipal 3.824, sancionada pelo então prefeito Diniz Lopes (PR).
O novo fôlego foi anunciado pelo coordenador da Assessoria de Relações Institucionais da Secretaria de Educação paulista, José Afonso Carrijo Andrade, em reunião com o vereador mauaense Dario Duarte Coelho (PT), que chegou à sede da Pasta, na Capital, acompanhado de pais e mães de alunos. O deputado estadual Enio Tatto (PT), amigo do parlamentar e chamado para conferir maior pressão política ao pleito, não compareceu ao encontro por conta de compromissos na Assembleia.
O representante do governo Geraldo Alckmin (PSDB) esclareceu, de forma informal (sem a apresentação de documentos), que análise técnica realizada dentro do prazo vigente para o início da construção apontou que o terreno doado pela municipalidade não eestá apto a receber construção, o que é contestado por Dario. Diante do impasse, Carrijo se comprometeu a enviar técnicos para fazer nova avaliação da área. A visita a Mauá está pré-agendada para quarta-feira.
A versão de que o terreno da Rua Andirá não é edificável causou surpresa no petista, que comparou a construção de escola com a ampliação da Avenida Jacu-Pêssego. “Este argumento não convence. A Jacu-Pêssego, que fica no entorno, passa por cima de um brejão.” Dario anunciou que tentará fazer com que técnicos da Prefeitura também analisem a área.
Vereador cobra vontade política de governantes
Seis anos após a assinatura do convênio com o Estado, o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), descrente em receber a contrapartida da administração tucana, enviou projeto à Câmara para revogar a norma e devolver o terreno da Rua Andirá à municipalidade. Há duas semanas, Dario pediu o adiamento da votação da peça, por tentar garantir o cumprimento da parceria.
“Se houver boa vontade política, a escola sai do papel”, considera o parlamentar, ao contabilizar que “1.300 crianças do Jardim Paranavaí têm de caminhar até três quilômetros para entrar em uma sala de aula”.
O projeto de revogação está previsto para retornar à pauta do Legislativo na terça-feira. Até lá, Dario conversará com Oswaldo para pedir um pouco mais de paciência ao chefe do Executivo. “Há pré-disposição do Estado para utilizar a área e dá para aguardarmos um pouco mais.” Em caso de aval do prefeito, o vereador solicitará novo adiamento da matéria.
Fonte: Diário do Grande ABC