Rede D’Or investirá R$ 60 mi para erguer hospital em Mauá

A Rede D’Or anunciou, ontem, a construção de um hospital geral em Mauá. A unidade faz parte do projeto de expansão do grupo carioca, que passará a ter quatro hospitais no Grande ABC. A estimativa inicial é investir cerca de R$ 60 milhões no espaço de 15 mil m², que terá 150 leitos e atenderá também pacientes de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A ideia foi apresentada em reunião entre o presidente da Rede D’Or, Jorge Moll, o prefeito interino e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior, e os secretários de Planejamento Urbano, Josiene Francisco, e Desenvolvimento Econômico, Edilson de Paula. Apesar de ainda não haver projeto técnico, que será elaborado após definição do terreno onde o hospital será construído, a expectativa é de que a unidade padrão fique pronta em cerca de um ano e meio após o início das obras. “Se o terreno permitir construção horizontal, há possibilidade de liberar módulos prontos enquanto se constrói o restante”, explica Moll.

Uma nova discussão será agendada para que a Prefeitura apresente opções de terrenos aos investidores. Mesmo sem querer arriscar palpite sobre região ou bairro específico, Paulo Eugenio destaca que o hospital deverá ser construído em local de fácil acesso. “Até por essa característica de atender a população de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra existe essa necessidade”, comenta.

O grupo tem interesse tanto por áreas públicas quanto privadas. No entanto, para a Prefeitura é vantajoso que o espaço escolhido seja municipal. “Temos alguns terrenos públicos disponíveis e para nós seria interessante usar o dinheiro da venda como forma de investir. A população ganha duas vezes”, diz o prefeito interino.

Mauá já estava na mira do grupo carioca, que tem projeto de oferecer à população do Grande ABC atendimento suplementar. De acordo com o presidente da Rede D’Or, até mesmo os planos de Saúde que operam na região já informaram que essa é uma área carente com relação aos serviços privados.

Além dos problemas observados na rede pública de Saúde mauaense, há apenas um hospital particular no município, o que intensifica a procura por atendimento em Santo André e até mesmo no Hospital Nardini. “Observamos que no Hospital Brasil cerca de 20% dos pacientes são de Mauá”, destaca Moll.

Cidade fecha plano de expansão na região

A carência do serviço hospitalar de urgência na região foi decisiva para a entrada da Rede D’Or no Estado. Outro motivo é a necessidade de serviço de diagnósticos e a já conhecida insuficiência de leitos, tanto de internação quanto de terapia intensiva.



Vale lembrar que, com o fechamento de pelo menos seis hospitais particulares nos últimos cinco anos, o Grande ABC perdeu quase 500 leitos no setor privado de saúde. Hoje, o número é de 2.766, contra 2.091 leitos na rede pública. Entre os equipamentos falidos estão o Neomater, Baeta Neves e São Caetano.

No Grande ABC, a primeira aquisição da Rede D’Or foi o Hospital Brasil, em Santo André, em abril de 2010. Em setembro do mesmo ano, o Hospital Assunção, em São Bernardo, também passou a ser gerenciado pela rede. Juntos, os dois hospitais somam 400 vagas, sendo que cerca de 30% do total são destinadas à UTI, acima da recomendação internacional, de 25%.

Com a conclusão do Hospital São Caetano, previsto para ser inaugurado em 2013, e a construção de unidade em Mauá, o grupo encerra o processo de expansão entre as sete cidades. “Acredito que, com a estrutura que criamos, conseguiremos manter bom padrão e preencher as necessidades da população do Grande ABC”, observa o presidente da rede carioca, Jorge Moll.

SÃO CAETANO

A unidade da cidade São Caetano está em fase de obras. Localizado no Espaço Cerâmica, o complexo terá entre 15 mil e 20 mil m² e contará com 40 consultórios, das mais diversas especialidades, além de 200 leitos e capacidade para 240 mil atendimentos de emergência e 12 mil cirurgias por ano. A previsão é que sejam investidos R$ 3.000 por m², o que demanda até R$ 60 mil de recursos.

Equipamento ajuda a aliviar demanda da rede pública

Apesar de ser destinado à parcela da população que tem convênio médico ou condições de pagar pelo serviço, o novo hospital de Mauá ajudará a aliviar a demanda que parte para a rede pública em busca de atendimento. “Temos casos no Hospital Nardini de pessoas que têm convênio, mas precisam recorrer ao atendimento público porque a seguradora faliu ou não atende determinada especialidade”, observa o prefeito interino e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior.

PROBLEMAS

Problemas na área de Saúde sempre foi o calcanhar de Aquiles de Mauá. A situação do Hospital Doutor Radamés Nardini, por exemplo, só melhorou depois que a Fundação do ABC passou a administrar a unidade, em 2010.

A população também recebeu, em novembro, uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no Jardim Zaíra e em dezembro foi instalado na região central um AME (Ambulatório de Especialidades Médicas).

Juntos, os equipamentos são responsáveis por suprir parte da demanda que procura atendimento básico e de urgência, no entanto, nem sempre é suficiente. Recentemente, o Diário denunciou que há fila de espera de 3.000 mulheres para fazer mamografia. A Prefeitura prometeu zerar o deficit até abril.

Fonte: Diário do Grande ABC





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