Ginástica rítmica leva Mauá ao topo

Cerca de 40 mauaenses são o motivo de orgulho para o Grande ABC. Mesmo anônimas para boa parte da região, elas levam constantemente o nome da cidade ao pódio dos torneios de ginástica rítmica que disputam, seja em nível regional, estadual ou nacional.

As meninas integram a Associação Tryade, entidade com o objetivo de promover a inclusão esportiva e social a crianças e adolescentes de Mauá. A instituição trabalha com cerca de 350 garotas, que conforme vão treinando passam para a equipe de alto rendimento.

O time adulto, por exemplo, formado por seis ginastas acima dos 16 anos, é bicampeão do Torneio Nacional, a competição mais importante para atletas não-federadas, ou seja, que não estão filiadas à Federação Paulista de Ginástica. As meninas do juvenil (14 e 15 anos) também trouxeram o título do Nacional deste ano, que ocorreu em João Pessoa, na Paraíba, em junho.

“Ainda não somos potência porque não estamos preparados para isso. O Torneio Nacional é escala para o Campeonato Brasileiro (torneio mais importante para atletas federadas). Este crescimento é processo natural”, avaliou o coordenador da associação, Antonio César Gregório, 45 anos.

As meninas ainda levaram o CW-15nome da cidade ao lugar mais alto do pódio nos Regionais, em julho, em Santo André. Além do título por equipes, três atletas garantiram medalhas de ouro no individual: Luiza Valloto de Carvalho, 14, no arco, Natália Nadine Oliveira Silva, 16, nas apresentações de bolas e também na de mãos livres, e Bárbara Brunow Teixeira Grossi, 15, na fita.

A ideia para este projeto de inclusão foi da técnica de ginástica rítmica Patricia Angelotti Gregório, 41 anos, esposa de Antonio. “Há alguns anos, um grupo de estudantes de uma escola pública foi visitar o colégio particular onde trabalho para conhecer a ginástica rítmica. Elas ficaram com vontade de aprender o esporte, mas não podiam fazer nada. Então pensei: ‘Por que não abrir esta oportunidade para todas as meninas de Mauá? Quantas delas não gostariam de conhecer este esporte?”, lembrou.



A associação foi fundada em 2007. As alunas contribuem com R$ 30 mensais, dinheiro destinado ao pagamento de professores, aluguel do espaço e despesas gerais com equipamentos e competições. A entidade também conta com alguns parceiros, mas sempre está à procura de novos patrocinadores.

A ginasta Ana Julia Antunes dos Santos, 11, treina há quatro anos com a equipe e projeta ficar mais algum tempo na Associação Tryade. “Tenho vontade de ser ginasta até uns 20 anos. Gosto muito de treinar. Passo a maior parte do tempo aqui. Elas são como irmãs para mim”, contou.

Destaque individual jura fidelidade ao grupo

Além dos títulos em equipe, a Associação Tryade de Ginástica Rítmica de Mauá é responsável por revelar atleta de destaque individual: Natália Nadine Oliveira Silva, conhecida apenas por Nadine, 16 anos.

Só neste ano, a ginasta faturou os Jogos Regionais da cidade de Santo André, a Copa São Paulo e foi vice-campeã no Torneio Nacional, disputado em João Pessoa, na Paraíba – em 2011, ela também havia garantido a medalha dourada, em competição que ocorreu em Aracaju, Sergipe.

A atleta morava em Pindamonhangaba, onde começou a praticar a modalidade. Quando veio para Mauá quis continuar os treinos. “Aqui dentro cresci e me desenvolvi. Foi onde passei grande parte da minha infância, considero minha segunda casa. Toda evolução que tive foi aqui. Mudou muito minha vida”, declarou a atleta.

A ginasta também contou que o esporte não proporcionou benefícios apenas para o corpo. “Quando uma pessoa foca em um esporte tem mais disciplina e vai evoluindo. Na primeira competição fica nervosa, mas a preparação física, mental e psicológica vai aumentando”, explicou.

Nadine já recebeu convites para integrar outras equipes, mas afirmou que a ginástica rítmica não seria igual. “Teria que mudar muita coisa, me deslocar. Tenho laço forte com o pessoal daqui. É muita paixão pelo esporte e por este lugar que treino”, declarou a ginasta. Sorte dos mauaenses.

Fonte: Diário do Grande ABC





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