O Grande ABCD irá ganhar, neste semestre, nova subestação de energia, no bairro Sertãozinho, em Mauá. A AES Eletropaulo, responsável pela distribuição de energia na região, investiu R$ 35 milhões em 2012 na nova subestação e mais 35 km de rede. Os investimentos que serão empregados neste ano ainda não foram divulgados pela concessionária, que até agora não contabilizou os investimentos feitos em 2011.
Serão construídas sete redes ao longo do ano, seis subterrâneas e uma aérea. Porém, o investimento em redes subterrâneas – que poderia colocar fim às constantes interrupções de energia que assolam o ABC – será realizado apenas em Sertãozinho. “O investimento custa de 16 a 20 vezes mais que a rede aérea. E todo investimento é repassado para a tarifa [do consumidor]”, explica Alexsandro Alvez Martins, gerente de Operações da AES Eletropaulo.
Outras desvantagens da rede aérea é que o cabeamento fica mais exposto a furtos e o tempo de reparo da rede é maior que o da rede aérea, além da questão estética, claro.
Já na rede aérea, a novidade é o uso do space cable, em que os fios do cabeamento são mais resistentes à chuva e ao vento. Os dois fatores, somados ao vandalismo e à ocorrência de descargas elétricas, são as principais causas das interrupções de serviço na área residencial, segundo a AES Eletropaulo. “A região é bastante arborizada, e uma das causas da interrupção são as quedas de árvores”, afirma o gerente de operações.
Entre 2000 e 2010, a população do ABC, que hoje soma 2.456.515 habitantes, cresceu 4,32%. Para Alexsandro Martins, a densidade populacional é uma das dificuldades de abastecimento da empresa, mas não é o motivo das quedas de energia que assolam a região, especialmente na cidade de Santo André. “Temos capacidade de atendimento”, diz.
Ainda em 2012, a empresa na cidade de Mauá fez manutenção em 814 mil km de rede e instalou 180 religadores, sistemas que reestabelecem o serviço em casos de interrupção sem necessitar da intervenção humana. No período, foram feitas, ainda, podas de 53 mil árvores nas sete cidades.
Sem justificativas
Para o engenheiro Reinaldo Lopes, professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI, a empresa promoveu melhorias, mas o investimento na rede ainda é insuficiente. “É preciso investir mais em religação automática, que ocorre com mais frequência nos bairros. Com o religador, a rede é ativada automaticamente. Sem ela, é necessário a intervenção de uma equipe, cujo deslocamento é demorado”, comenta.
Outro ponto discrepante é sobre a rede subterrânea. “Maior incidências de furtos de cabos é uma justificativa que não tem fundamento”, defende o especialista da FEI.
Fonte: Repórter Diário