Base da GCM está abandonada em Mauá

Quarenta por cento dos veículos da Guarda Civil Municipal da cidade Diadema estão parados à espera de peças de reposição ou em manutenção. A afirmação é do próprio comandante da corporação e policial militar aposentado Hideharu Gonbata, que justificou o problema pelo fato de os veículos circularem 24 horas por dia. “O que se trocam são os homens nos turnos”, avaliou.

Por duas vezes, ontem à tarde e dia 22, a equipe do Diário esteve em área de onde avistou parcialmente a oficina mantida pela Prefeitura na Avenida Dr. Ulysses Guimarães. Ali, pelo menos oito viaturas foram localizadas estacionadas, muitas no mesmo lugar da primeira vez.

No dia 22, a reportagem rodou por uma hora pela região central e pelo bairro Piraporinha, onde não avistou nenhuma viatura – com exceção de base móvel na Praça Lauro Michels.

Na sede da GCM, porém, enquanto aguardava pela chegada do comandante, presenciou viaturas com pneus carecas, capas dos bancos totalmente rasgadas e alta quilometragem.

A Prefeitura informou, por nota, que a frota da GCM é composta por 33 viaturas, entre carros, caminhão e bases móveis, além de 13 motocicletas – o Diário obteve a informação que viaturas de patrulhamento são 25. Desse total, “23 viaturas operam pela cidade e dez encontram-se em manutenção”. A última renovação da frota foi em 2009, o que não foi informado por Gonbata.

Questionado se as viaturas encostadas prejudicam as ações da GCM na cidade, o comandante disse que não. “O serviço é dimensionado para a frota disponível”, afirmou, ao admitir que, diante dos problemas, “todo dia a gente busca uma solução”.

Sobre as motocicletas, Gonbata afirmou que apenas 50% da frota está na rua. “Embora a compra tenha valor mais baixo, a manutenção é mais onerosa”, afirmou. Nem Prefeitura nem comando da corporação informaram o custo da manutenção das viaturas.

A reportagem obteve informações que as viaturas frequentemente são encostadas para reparo mecânico e elétrico. Uma delas, inclusive, dia desses precisou ser empurrada por conta de problema na bateria. Ex-gerente da frota de manutenção da Polícia Militar no Grande ABC, Gonbata avaliou como ocorrências normais. “Todo carro um certo tempo parado terá de sofrer recarga na bateria”, exemplificou. Em média, são cerca de dez viaturas de patrulhamento – de total de 25 – em manutenção, que ficam entre 15 e 30 dias no estaleiro.

Segundo o governo, está em processo de licitação a compra de sete veículos para uso nas rondas escolares, com previsão de término até dezembro. Nesse caso, as viaturas que hoje fazem esse serviço serão adequadas para o patrulhamento nas ruas.

Carros da Câmara podem parar na guarda

Por conta do alto custo de manutenção mensal, o Legislativo de Diadema trocou a frota composta por 17 veículos de uso dos vereadores. Parte desses carros, marca Volkswagen, modelo Gol, ano 2007, terá como endereço a sede da Guarda Civil Municipal.



Questionada por três vezes sobre o assunto, a Prefeitura de Diadema não respondeu. Também desconsiderou o pedido de entrevista com o secretário de Defesa Social, Arquimedes Andrade, que ontem foi procurado, por telefone, mas não deu retorno.

A equipe do Diário obteve a informação de que Arquimedes tem feito reuniões com os guardas-civis para comunicar que entre “cinco e seis carros” irão para a corporação. O comandante da GCM, Hideharu Gonbata, disse ontem que ainda não tem nada definido – a secretaria é responsável, além da corporação, por mais 11 órgãos e serviços, como o cemitério e a Defesa Civil.

Nesse caso, os Gols teriam de ser adaptados para uso da GCM, desde pintura na cor azul marinho, adesivamento e instalação de rádio e hi-light. O custo giraria em torno de R$ 10 mil.

O presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), contou que repassou 15 veículos para o Executivo, em cumprimento à legislação. “A Prefeitura tem a frota sucateada. Agora, a divisão dos veículos ficará sob responsabilidade deles (governo)”, afirmou.

O secretário de Administração e Finanças do Legislativo, José Luiz Rizzo, afirmou que o “elevado custo” de manutenção se tornou “antieconômico” para a Câmara. “Sem falar no desgaste”, apontou. A nova frota custou R$ 636 mil para a Câmara – cerca de R$ 37.400 cada unidade.

Base está abandonada em Mauá

A Prefeitura de Mauá ainda não sabe o que fazer com a antiga sede da Guarda Civil Municipal, localizada nas proximidades da Avenida Washington Luís e às margens do Rio Tamanduateí, na Vila Magini. O prédio foi desocupado em fevereiro e já começa a apresentar as marcas da má conservação e do vandalismo.

A unidade foi transferida para a Avenida Bevenuto Bagnara, 139, Jardim Zaíra, onde divide espaço com a Secretaria de Segurança Pública.

Segundo a administração, a sede atual está mais bem equipada, estruturada com salas para Corregedoria, comando, Observatório de Segurança e Telecentro.

Além disso, oferece mais conforto para os guardas-civis, que têm à disposição instalações como vestiários, banheiros, refeitório e sala de reuniões.

Enquanto isso, o imóvel na Vila Magini segue sem função. A equipe do Diário visitou o local na quinta-feira e encontrou as entradas vulneráveis. Garotos que jogam bola em uma quadra ao lado conseguem entrar nas dependências da antiga sede da GCM para beber água e usar o banheiro.

Embora a maioria das janelas esteja inteira, algumas vidraças estão quebradas. Em uma das laterais, parte da parede foi destruída.

A Prefeitura informou que “está planejando outro uso para o prédio”. A região foi contemplada com recursos do governo federal e passará por processo de revitalização. Segundo a administração, a GCM faz rondas no local e nas imediações.

Fonte: Diário do Grande ABC





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