Dos 108 vereadores do Grande ABC, apenas 24, ou 22%, são de bancadas de oposição ao governo vigente. Dos contrários às gestões, em ao menos quatro legislativos os vereadores desempenham a tarefa de ‘infernizar’ o Poder Executivo de maneira solitária.
Em São Bernardo, dos 21 vereadores, três estão na oposição, mas apenas Admir Ferro (PSDB) atua efetivamente de forma contrária ao prefeito Luiz Marinho (PT). Os outros integrantes do bloco oposicionista, Vandir Mognon (PSB) e Juarez Tudo Azul (PSDB), têm atuação tímida, apenas votando segundo o direcionamento do grupo. O presidente da Casa, Hiroyuki Minami (PSDB), apensar de não integrar o bloco governista, não é considerado oposição por não votar em projetos e evitar discursos críticos à gestão petista.
Apesar de normalmente votar junto com a oposição, o PPS, se declara independente.”Essa questão vai muito de cada um. O Vandir e o Juarez vêm fazendo um bom trabalho”, ponderou Ferro. O tucano reconhece que não é fácil encarar a maioria governista na Casa. “Estamos ali para contribuir com a cidade, não sou oposição radical.”
O vereador Edgar Nóbrega (PT) é o representante solitário da oposição na Câmara de São Caetano, apesar de ser moderado. O petista disse que em seus dois mandatos apresentou cerca de 200 requerimentos de informação ao Poder Executivo. “Foram todos rejeitados”, alegou. Apesar disso, ele na desanimou. “Procuro atuar mais na linha de apresentar propostas do que ficar apontando os erros do governo.”
Nóbrega tinha a companhia de Gilberto Costa, que mudou de lado ao tocar o PP pelo PTB e assumir a Secretaria de Esportes e Turismo.
Em Ribeirão Pires, o vereador Saulo Benevides (PMDB) é o opositor mais atuante da Câmara. Embora tenha recebido o apoio dos vereadores Gerson Constantino, Koiti Takaki e José Nélson de Barros, o Zé Nelson, ambos do PSD, é o peemedebista que bate de frente com o prefeito Clóvis Volpi (PV). “A arma que nós temos é a tribuna, para mostrar à população as falhas do governo. Não sou radical, mas procuro apontar os erros.”
Em Encontra Rio Grande da Serra, a base de sustentação do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) na Câmara é soberana. Dos nove vereadores apenas os petistas Cláudio Manoel da Silva, o Claudinho da Geladeira, e Cleson Alves de Souza destoam do grupo. Líder da oposição é Claudinho protagoniza o embate com Kiko. “Legislar dessa maneira não é fácil, mas é bom que exista oposição na cidade.”
A vida do petista é dificultada pelo regimento interno da Câmara, no qual são necessárias pelo menos três assinaturas para que requerimento seja votado.
Santo André, Guia Diadema e Guia de Mauá têm pequenos grupos críticos
Os legislativos de Santo André, Diadema e Mauá têm mais representantes da opsoição, mas ainda assim as bancadas são diminutas. e o embate com o governo também são difíceis.
Santo André é a cidade do Grande ABC com mais representantes na oposição: são seis parlamentares, todos do PT. Após 16 anos na situação, agora os petistas são contrários à administração Aidan Ravin (PTB). O parlamentar Tiago Nogueira é um dos principais representantes da oposição na cidade. “Eu costumo tomar a frente das discussões e me orgulho disso”, afirma Nogueira. Assíduo utilizador das redes sociais, o petista é o adversário número 1 de Aidan.
Em Mauá, a bancada de oposição é formada pelos vereadores Manoel Lopes (DEM), Átila jacomussi (PPS), Edimar da Reciclagem (PSDB), Edgard Grecco (PMDB) e Silvar Silveira (PV). Apesar de o grupo ser formado por cinco, apenas os dois primeiros atuam de fato como opositores de Oswaldo Dias (PT). Ambos não têm cargos na administração petista.
“Não sou oposição à minha cidade, mas ao sistema de governo atual”, argumenta Manoel. O democrata sustenta que tem 99% de dificuldade em sua atuação. Por conta disso, o parlamentar usa outros meios para ser ouvido. “Quando apresento um requerimento, vou à tribuna e aviso todos os vereadores. Se não há resposta vou, ao Tribunal de Contas ou Ministério Público”.
Em Diadema, o prefeito Mario Reali (PT) conta com ampla maioria no Legislativo. Entre os 17 parlamentares, apenas Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia e Lauro Michels, ambos do PV, e José Dourado (PSDB) são contrários à administração petista. Márcio e Zé Dourado têm estilo mais diplomático, ficando com Michels a condição de crítico ferrenho de Reali. “Todo governo precisa de oposição. Apesar disso, nunva tive um requerimento aprovado”, disse Michels, pré-candidato ao Paço.
Fonte: Diário do Grande ABC