Diadema e Mauá disputam mercado imobiliário

O mercado imobiliário avançou muito nos últimos 10 anos. Com o impulso no segmento, a cidade de Santo André e os municípios de São Caetano e São Bernardo caminharam a passos largos no número de imóveis lançados e vendidos. Mas hoje compartilham o espaço no mercado com Diadema e Mauá, municípios bastante industriais, que têm atraído, de forma mais efetiva, olhares e investimentos de construtoras e incorporadoras.

As duas cidades ocupam a 9º e 14º posição no ranking do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) com números de unidades lançadas. Entre agosto de 2009 e julho deste ano, respectivamente, acumularam 4.208 e 2.299 registros.

Santo André, São Bernardo e São Caetano continuam como cidades de destaque no mercado imobiliário, pela disponibilidade de infraestrutura, localização e qualidade dos imóveis, mas estão com estoque elevado. Diadema e Mauá seguem caminho oposto e estão carentes de novos empreendimentos.

“O mercado está se abrindo. As construtoras buscam um leque maior de oportunidades. E as duas cidades oferecem isso para nós, empresários. Deixaram de ser apenas industriais e contam com melhor infraestrutura”, sinaliza o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci.

A localização de Mauá e Diadema também contribui para o crescente desempenho. A primeira apresenta fácil acesso às vias do Rodoanel, Avenida Jacú-Pêssego e a Avenida dos Estados.

Diadema está do lado de São Paulo, Rodovia dos Imigrantes, o que facilita o trajeto ao trabalho, para quem mora na cidade, e o transporte de mercadorias das empresas.

A GMK Incorporadora é um exemplo que aposta na expansão do mercado entre as sete cidades. A companhia tem investido em Diadema. Desde 2000, lançou quatro empreendimentos na cidade. Diretor de negócios, André Kovari diz que 80% dos cliente da companhia estão em Diadema. Os demais são de São Paulo e Santo André.

Ele lembra que o primeiro empreendimento, residencial e econômico (na faixa entre R$ 120 mil e R$ 160 mil a unidade) foi concluído no mês passado, quando a primeira torre ficou pronta. Em seguida veio o condomínio nos moldes do programa federal Minha Casa, Minha Vida, cujas obras já foram iniciadas. “Está 100% vendido”, comemora Kovari. São 435 unidades comercializadas a R$ 130 mil.

Neste ano a empresa lançou, em fevereiro, um empreendimento comercial com 136 unidades (50% já vendido) e no sábado um residencial, de luxo, com valores médios entre R$ 430 mil e R$ 525 mil. “Diadema passa por uma fase de transição. Antes bastante industrial, hoje acomoda muito bem o comércio, a indústria, demais empresas e a população. A infraestrutura que foi melhorada e o fácil acesso para São Paulo tem atraído empresários e pessoas para optar pelo município”, contextualiza o diretor.

A MZM Construtora também tem abocanhado essa fatia de mercado. “Há três anos, tudo o que lançamos em Diadema é vendido. Mauá é outra cidade que vem despontando no mercado. Acabamos de lançar 330 unidades. As vendas caminham de forma incrível”, conta o diretor comercial e de marketing da construtora, Helio Korehisa.

Segundo ele, hoje o mercado está carente de empreendimento econômicos, com unidades na faixa de R$ 300 mil, com cerca de 60 metros quadrados. “Do ano passado para este, triplicamos nosso crescimento no Grande ABC”, pontua o diretor. “Apostamos na diversificação dos apartamentos, com plantas diferentes, assim como o números de dormitórios (1, 2 ou 3). Queremos atingir públicos distintos, como solteiros, casais e famílias já numerosas. Mauá e Diadema são cidades que se encaixam nesse perfil”, completa.



Setor não acredita em bolha imobiliária

Lançar, vender e comprar imóveis. O mercado nunca esteve tão favorável como nos últimos seis anos. Supervalorização de casas e apartamentos, financiamentos facilitados em até 30 anos, construtoras apostando em empreendimentos para todas as faixas sociais. Na avaliação do setor, chances de bolha imobiliária, com elevação da inadimplência, não faz parte das previsões.

“O que tem acontecido é que alguns produtos pontuais, como os imóveis mais luxuosos, foram produzidos em grande quantidade, acima do que precisa para suprir a demanda. O resultado foi a expansão do estoque. Mas, isso não significa que o setor caia, muito pelo contrário. Bolha imobiliária não existe”, afirma o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci.

Ele explica que há espaço para o setor crescer ainda mais e que há compradores no mercado. “O que tem acontecido é a busca por terrenos. Antes, as construtoras ficavam limitadas aos grandes centros. Hoje, os lançamentos de empreendimentos estão se deslocando para as periferias, bairros distantes. A uma parcela da população ainda bastante reprimida. Muitos ainda precisam comprar suas casas”, completa.

O presidente da Acigabc explica ainda que, a concessão de crédito para financiamentos de imóveis no País é muito criteriosa. “É por isso que a inadimplência é mínima. As pessoas honram suas parcelas mensais. A garantia de crédito é muito grande.”

Ele considera o atual índice de atrasos baixo. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a inadimplência nos empréstimos imobiliários era de 1,9% em junho.

Bigucci completa que há espaço para todas as construtoras crescerem. “Ainda há terrenos. Eles estão mais valorizados, mas há oportunidades de negócios.

Consumidor pesquisa mais na internet

Achar um imóvel sem sair de casa é uma das comodidades do mundo virtual. Não é à toa, que o número de pessoas que utilizam a internet para buscar residências à venda cresceu. Pesquisa realizada recentemente pelo Ibope, em São Paulo, apontou 44% dos consumidores que pesquisa por oportunidades imobiliárias em classificados, 44% preferem publicações impressas, contra 49% que recorrem à web.

Segundo levantamento da Fisgo.com, empresa de buscas de classificados pela internet, em Santo André, o volume de pesquisas imobiliárias em sites neste ano cresceu 39% sobre 2011. Em São Bernardo, a alta foi de 170.19%.

“Na web não há as limitações dos classificados impressos. Além disso conseguimos reunir várias fotos de um único imóvel em uma mesma página, sem custos adicionais para quem anuncia”, explica Hélio Lemos, um dos sócios da companhia.

Os sites de buscas costumam disponibilizar por dia mais de um milhão de ofertas imobiliárias. Por meio deles, os consumidores conseguem filtrar sua busca de acordo com a região e o valor escolhido.

“Encontrar o imóvel dos sonhos fica bem mais fácil e certeiro. Não é por acaso que o site cresceu 400% em número de visitantes de um ano para outro”, diz Lemos.

Hoje, a página online da Fisgo reúne 1,5 milhão de imóveis disponíveis para vender ou alugar.

Além de facilitar a comunicação entre as partes, a ferramenta também mantém em segurança todos os contatos dos usuários cadastrados.

Para o corretor, a vantagem é que ele terá clientes potenciais com real intenção de compra a um clique.

Por outro lado, o cliente receberá contatos de corretores que realmente tenham o imóvel nas características desejadas.

Fonte: Diário do Grande ABC 





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