Escola em Mauá é atacada pela quarta vez neste ano ‎

A Escola Estadual Jardim Zaíra 8, em guia da cidade Mauá, foi invadida e depredada pela quarta vez somente neste ano. Bandidos entraram na unidade durante a madrugada de ontem e levaram computadores, aparelhos eletrônicos e o micro-ondas da cozinha. O grupo aproveitou para praticar atos de vandalismo, arrombando portas das salas de aula, pichando as paredes, urinando nas carteiras e violando os alimentos que seriam preparados na merenda.

Cansados da violência constante, professores e alunos se recusaram a entrar nas salas de aula no período da manhã. “Estamos todos preocupados com a segurança do local. Em junho, todos os computadores foram roubados e agora estávamos trabalhando com aparelhos emprestados de outras escolas. Na outra vez também houve atos de vandalismo, jogaram a comida da merenda no pátio e defecaram nos corredores e salas de aula”, conta o professor de Matemática e Ciências José Carlos Dalíbera.

De acordo com os docentes e os pais – que entraram na escola -, a suspeita é de que alunos com mau comportamento e pessoas da própria comunidade estejam praticando os atos de violência. Há três meses, um mesmo rapaz, aparentemente drogado, pulou o muro da escola por três vezes e ameaçou os estudantes e funcionários com uma faca. “Estava no intervalo quando vi o homem pular o muro. Fiquei apavorada e não consigo estudar direito”, relata Bruna Ferreira Alves, 14, aluna do 8º ano.

AMEAÇAS

A professora de Inglês Sara Cristina Neves revela que pediu providências à Diretoria de Ensino de Mauá, mas em reunião realizada em agosto, ouviu da diretora que nada poderia ser feito na questão da segurança. “Tenho colegas que já levaram pedradas na cabeça, Até quando vamos conviver com isso?”



MEDO

“Meu filho não frequenta as aulas há dois meses por medo de morrer”, declara a dona de casa Maria das Graças Lopes Mariano, 54. O filho Rafael, 12, foi ameaçado por um colega de classe de 17 anos e desde então tenta a transferência para outra unidade.

A escola conta com 2.000 alunos, nos períodos da manhã, tarde e noite. São 90 professores, entre efetivos e temporários.

CÂMERAS E ALARME

A Secretaria de Estado da Educação informa que iniciou as providências necessárias para a reposição e o reparo dos materiais furtados e danificados. Serão instalados alarmes no prédio em prazo de 15 dias e câmeras de segurança em até 120 dias. Também foi solicitado à Polícia Militar que o policiamento seja reforçado no entorno da unidade. As aulas não foram interrompidas por causa da ação dos criminosos.

Apeoesp aponta caos nas unidades do Estado

Para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Maria Isabel Noronha, o caso da Escola Estadual Jardim Zaíra 8 é o reflexo do caos existente nas unidades estaduais. “Podemos dizer que lecionar é um trabalho de risco.”

Dados do Observatório da Violência, pesquisa mantida pela Apeoesp desde 2006, indicam que 90% das 6.000 escolas estaduais já registraram roubos ou atos de vandalismo. Professores da rede também relataram violência física ou verbal. “Somente no primeiro semestre deste ano registramos 300 casos de professores vítimas da violência.”

O aumento expressivo das rondas policiais e programas efetivos junto à comunidade são apontados pela presidente como formas de acabar com o problema da segurança escolar.

Fonte: Diário do Grande ABC





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