Após seis anos do início das obras, a Prefeitura de Mauá vai finalmente inaugurar o Centro de Formação de Professores no aniversário da cidade, em 8 de dezembro. A afirmação é da secretária de Educação Margaret Franco Freire. A administração diz ter investido R$ 4,9 milhões na obra a partir de 2009, mas o gasto total desde o início das intervenções, ainda em 2004, chega a R$ 10 milhões.
O prédio seria, originalmente, a biblioteca municipal de Mauá, promessa de campanha do primeiro mandato de Oswaldo Dias (PT). As intervenções começaram no início de 2004, mas foram paralisadas após o TCE (Tribunal de Contas do Estado) constatar irregularidades. Na época, a Prefeitura já tinha investido cerca de R$ 4 milhões, o que levou o TCE a contestar as contas da gestão petista. Após sindicância aberta pela administração do ex-prefeito Leonel Damo (PV), a empreiteira Edivia Edificações teve de devolver aos cofres públicos R$ 153 mil.
Durante a gestão de Damo, a obra ficou parada. Quando Dias voltou ao poder, em 2009, abriu outra licitação e determinou que o local fosse utilizado como Centro de Formação de Professores.
Em julho deste ano, o contrato firmado com a empresa Oestevalle Construções e Saneamento Ltda no valor de R$ 5 milhões recebeu aditamento de R$ 714 mil. Desta forma, o gasto ultrapassa os R$ 10 milhões, bem mais que o valor oficial de R$ 4,9 milhões divulgado pela administração.
FORMAÇÃO – O complexo atenderá aos 850 professores da rede municipal com capacitações e atividades pedagógicas. Neste ano, os docentes passaram por formação continuada por meio do programa Pró-Letramento, do governo federal. “Nossa intenção é investir no professor para melhorar a qualidade da educação no município”, explicou Margaret. A Prefeitura não informou, porém, quanto pretende investir após a inauguração do complexo.
Mauá é atualmente o município com os piores índices educacionais do Grande ABC. No último levantamento do Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica), em 2009, a meta para a rede municipal de 1ª a 4ª série da cidade era de 4,2 pontos, mas o índice ficou em 3,9, em uma escala de zero a dez.
Na região e no Estado, a média chega a 4,7 pontos. O Ideb leva em consideração o rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e as médias de desempenho na Prova Brasil.
Fonte: Diário do Grande ABC