Vale mais pagar os tributos de início de ano em parcela única com preço reduzido, caso o contribuinte tenha o dinheiro. Aplicações, para aproveitar os rendimentos, dificilmente vão gerar benefício melhor do que os descontos. “Teria que ser um investimento com retorno bem alto, talvez uma renda variável. Mas será necessário muito conhecimento de mercado para driblar o risco e garantir ganho que compense o desconto”, opina o professor de Finanças Mário Amigo, da Fipecafi, Fipe, FIA e Saint Paul Escola de Negócios.
No Caso do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), o governo estadual fixou desconto de 3% para liquidação em parcela única. Se o tributo custar R$ 1.200, por exemplo, o consumidor conseguirá R$ 36 de redução, ou seja, vai desembolsar R$ 1.164. Ao aplicar o valor de R$ 1.200 e pagar a primeira parcela de três no mesmo mês, a poupança, hipoteticamente, renderia R$ 4,93. A conta considera os ganhos sobre o principal durante os dois meses seguintes ao investimento e juros da modalidade, sem TR, de 5% ao ano. Para compensar o desconto, nesta situação, o investimento deveria render mais do que 10% ao ano, taxa que atualmente não é comum em aplicações de baixo risco, lembra Amigo.
Emprestar dinheiro no banco vai pesar ainda mais no bolso. Pelo crédito pessoal, com juros médios de 2,72% ao mês com base em dados do Banco Central, os juros em três meses atingiriam R$ 65,85. Quanto maior o número de parcelas, mais gastos com juros, que não estarão presentes no parcelamento do governo até as datas de vencimento.
O administrador de empresas Alexandre Gobbi sempre paga à vista o IPVA. “Não gosto de ficar com dívidas e aproveito o desconto.” Neste ano ele gastará R$ 2.200 com o imposto do seu Hyundai i30 ano 2010.
Por outro lado, o comerciante Francisco Gonçalves revela que sempre parcela o tributo. “Tudo de uma vez é muito caro para mim.” O IPVA do seu Citroën Xsara Picasso ano 2006 está em R$ 1.100.
Os descontos no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em pagamento de parcela única vão de 3% a 10% na região – Rio Grande da Serra, com 3%; Mauá, 10%; Diadema, 10%; São Bernardo, 5%; Ribeirão Pires, 5%; e Guia São Caetano com 6% -, percentuais que reforçam o custo benefício do tipo de liquidação para quem tiver o dinheiro. A Prefeitura de Santo André é a única na região que não informou a taxa de abatimento.
Fonte: Diário do Grande ABC