A menina que foi atacada na tarde da segunda-feira por um pit-bull, no Parque Capuava, em Mauá, passará hoje por consulta com médico especialista no Centro Hospitalar de Santo André para saber se precisará de cirurgia plástica para reduzir os traumas causados pelas mordidas do cão.
O dono da empresa que abrigava o cachorro, Antonio Jesus da Silva, 52, compareceu ao 1º DP de Mauá, acompanhado da mãe da menina, Cintia dos Santos, 28, para registrar boletim de ocorrência. Ele também se dispôs a pagar as despesas com o tratamento da criança, inclusive a cirurgia plástica, no caso de constatada a necessidade.
A pequena Camilly dos Santos Mendes, 7 anos, havia saído de casa com a mãe para comprar um pacote de bolachas, quando o cachorro veio em sua direção. Mesmo estando nos braços da mãe, o cachorro puxou a roupa de Camilly com os dentes e foi necessária a intervenção de vários vizinhos para que o cachorro soltasse a menina. “Ele era muito grande. Na hora, não sei de onde tirei força, mas puxei ele e bati com força no portão”, contou o avô da menina, Everaldo dos Santos, 62. “Ele caiu de barriga para cima e já levantou, derrubou a Cíntia e voltou a mordê-la.”
A menina foi atendida no Centro Hospitalar de Santo André, onde teve os ferimentos mais profundos costurados, mas não foi internada pelo alto risco de contrair infecção hospitalar. “Ele mastigou a Camilly. Na hora, dava para ver o osso do braço dela, de tão forte que foi a mordida”, disse a dona de casa Sandra Rossi, 38, que chegou um minuto depois do ataque. “O alvo dele era a menina. Ele não mordeu nenhum dos adultos que bateram nele.”
“Nós não tivemos culpa, estávamos trabalhando e o cachorro escapou”, explicou o dono da empresa. Antonio contou que, há cerca de dez meses, decidiu abrigar e dar comida ao pit-bull, que estava abandonado. “Ele era manso de tudo.”
Na terça-feira, representantes do Centro de Zoonoses de Mauá estiveram no local para conversar com o dono do cão, Ontem, o pit-bull e outro cachorro mantido por Antonio no terreno foram levados para o órgão municipal. “Nós temos que proteger os vizinhos e não os cachorros. Até dei ração para eles levarem também”, garantiu o empresário.
A costureira Sara Alves de Lima, 63, presenciou o ataque. “Todo mundo saiu para ajudar”. A neta Janaína, companheira de brincadeiras de Camilly, ficou apavorada. “A maioria das crianças daqui da rua têm a mesma faixa de idade. Elas sempre brincam juntas na rua.”
Fonte: Diário do Grande ABC